30 April 2010

pt n e' pais para mim jovem!

E nao e' por ser Portugal (sosseguem os fanaticos)! E' so' por ser o MEU pais. Nos tempos que correm estar em casa e' um desperdicio de tempo, se temos logo ali a rua, a marginal, a estrada nacional e a fronteira! A casa e' boa, certo!, mas o sol esta a raiar la fora!

Isto tambem porque surgiu uma vontade enorme de comecar a mandar CVs aqui na China...

(ver comentarios, lol)

29 April 2010

Why I do it

When you ask "when are you coming back?", I have no other answer than "you have a problem with 'time'".
But when you ask "why you do it?", then I can show you some examples:

This is the most important picture of the year. Randomly found on the internet some months ago, it's the Pamir Highway in Tajikistan. It's a picture of what I call "home" as I find myself lost on a dirt road. It's also an intercessor (Deleuze) as it's the main reason for this trip: a dirt road where the body shakes and the soul freezes as the gravel passes.

27 April 2010

O sangue de Dioniso e as veias organicas de Apolo

Algures em 2004, no centro comercial Fonte Nova em Lisboa, num belo domingo de ressaca com cocacola e aqueles mini calzones maravilhosos, eu disse EUREKA. Na altura buscava uma formula, a formula da arte, ou a formula da vida. E disse que queria uma obra ou vida que "emocionasse interessantemente".
Mais tarde descobri essa formula nas fotografias de Barthes e no seu Punctum (emocao) e Studium (interesse). Mas isto era ainda so arte: a estetica. Em Nietzsche a estetica vive na etica e vice versa.
Quero hoje celebrar uma nova formula com eles. Que e' uma evolucao da primeira: "Filosofia... Em suma, trata-se de fazer um pouco do sangue de Dionisio correr nas veias organicas de Apolo", Deleuze.
E ha Deleuze que nao se contenta com isso e continua depois destruindo estas veias organicas de Apolo e ate esse sangue Dionisiaco. Com novas formas...

Varanasi I

Havia naquele tempo um patio de terra batida e se subissemos as escadas estreitas de degraus altos chegavamos ao terraco. Brincavamos. O sol intenso secava a agua que saia do balde em voo ate ao solo. E nesse voo cortado, nesses raios de sol, havia ja o embate com a pedra do chao e - com os nossos pe's - tal como eu, queimado por aquele sol, levava ja toda aquela guerra.

Tinha um peao e corda enrolada. Nos dedos encostava a carica da ponta da corda. Puxei o braco para tras e depois para baixo. Senti, na pele das costas queimadas, a agua em voo. E gotas nas canelas. O peao lancado na agua em rodopios escaldantes.

Ardia tudo ali e descemos. A tia estava no quarto de cimento sem moveis. Lavava a roupa de linho. Os meus pes da pedra do terraco para a terra do patio. Estava ja ali todo o meu toque, o meu corpo de pele aberta a's temperaturas. Estavam ja ali as aventuras.

25 April 2010

24/4 Laos, de quente a picante

No fim do casamento queimamos o altar num templo budista e vamos todos dancar e comer.
O grande prato de arroz frito com porco custa 90 centimos de euro e traz soya sauce, chili sauce, fish sauce, pepper powder, salt, olive oil with chili e outro po que eu nao identifico.

21/4 Bangkok revisitado

Cai a noite e estao 36 graus.
O destino era a China, por terra. Mas o caminho seria longo e caro mas mais do que isso, seria um caminho frio. As passagens para a China nas grandes montanhas da asia central so abrem agora em Abril, e, se ja se pode passar, nao quer dizer que as temperaturas ja tenham passado dos zero! Isto aplica-se as passagens Irkeshtam e Torugart do Kyrgystao, Kulma pass do Tajikistao, Karakoram do Paquistao e mesmo aos caminhos do Nepal/Tibete. Quase todos com vista para os 7000 metros de altitude! Ficara certamente para um futuro essa travessia da Asia. A verdade e' que tambem nao ando muito paisagistico nesta viagem...
Ao voar entre Istanbul, Abu Dhabi e Bangkok vi no mapa muitas misturas, muitas zonas de intermitencia. Muitas possibilidades de diferenca. Fiquei triste ate por nao ver a terra a gerar a diferenca. Mas quando cheguei a Bangkok tive a recompensa: chicken rice with dry tom yam and a chang beer. O fried rice num resaturantezeco de rua e' mil vezes melhor do que quando eu o faco em casa! Damn! E a cerveja, nao e' tanto pela Chang mas mais pelo "pad", a proteccao que sempre poe nas garrafas de cerveja aqui no sudeste asiatico.

A repeticao de bangkok que e' muito menos repeticao que outras diferencas. A estacao de comboio e os resturantes em frente. Em 2007, ha 3 anos, era eu outro. Havia na altura muito para ver ainda. Bangkok surpreendia imenso. Agora tambem. O calor espalha o cheiro das coisas: da urina a's especiarias.
Em Bangkok ha revoltas. Um dos quarteiroes centrais da cidade esta tomado por um grupo de rebeldes, os camisas vermelhas. Os vermelhos sao sempre quem faz a revolta. E enquanto fazem eles a revolta contra o regime autoritario, ou pelo menos imposto, eu sigo para norte.
Em Bangkok havia certamente muitas coisas a obter, a experimentar ainda, nao viajasse eu sempre eu provisorio, no modo de quem ira' voltar mais tarde com mais tempo. Como se houvesse no futuro uma vida inteira para cada canto, para cada local que eu pudesse transformar em centro do mundo.
Do provisorio de Bangkok sigo ja caminho para Laos, no norte que se nao me apressar, sera a minha grande porta para a China. Na Tailandia ha turistas a mais. Bem, e' facil entender porque': praias, graus sempre acima dos 30 e gente gira e simpatica por todo o lado.
Laos sera diferente, diferenca em forma de campo, de rural, de cheiro a China ja, talvez.
O caminho de ferro Tailandes nao e' muito diferente do Indiano no seu melhor. Ha sleepers por todo o lado. Aqui, nas linhas ferreas, vivem-se as linhas respiratorias. Respiracao de um quente exotico. Ha tambem os cigarros com cravinho que me levam a Timor e a este Sudeste Asiatico na abertura do meu censo de mundo em 2007.

23 April 2010

20/4 Abu Dhabi, ate breve Medio Oriente

O adeus ao Medio Orientre e' dado em Abu Dhabi nos Emirados Arabes Unidos. E' que eu nunca soube o que quer dizer Emirados. Um emirado e' o equivalente de um principado, mas muculmano: o Emir e' o príncipe das arabias. Os Emirs sao sheikhs de alto calibre. Mais pequenos que o Sultao e que o Califa.
Em Abu, colecciono o carimbo no passaporte e la vou eu. Nao me afasto do aeroporto, so tenho algumas horas. Sao 3 da manha e estao 26 graus. E' o deserto mas nao se ve. Vejo ruas bem limpas e carros brilhantes.  Eles tem a mesma veste branca, lisa mas ja quase ninguem tem o lenco vermelho. Aqui o lenco e' branco e muitos usam oculos de sol com estilo, o que misturado com a tunica e o lenco fica engracado. Sao todos gordos! Ando um pouco em redor e ouço pássaros. Desço ate ao parque de estacionamento e ao lado um relvado. Caminho pelo relvado em optimo estado. Vejo tres sujeitos ali sentados e pouso a mochila. Tenho a sombra das palmeiras a tapar a luz artificial. A relva ainda humida da rega. O deserto em volta e o intenso chilrear dos passaros. Repito, sao 3 da manha e estao 26 graus, em Abril. Deito-me e adormeco ali no jardim do aeroporto com passaros, relva e palmeiras. Sonho com o viajante e o seu centro do mundo: aqui e' o centro do mundo, do meu mundo, o centro do meu mundo hoje! Recomecei a viagem...
Aqui sao arabes os ricos e indianos os que trabalham. Muitos indianos e alguns malaios (indochinos? tailandeses? indonésios?). Sonho com as torres ali bem perto, o Dubai tambem e a sua torre de 800metros que nao vi por pouco. Sonho com lencos que as mulheres levam na cabeca e discordo! Falo bem alto do baton que fazes a tua mulher por. E aqui volto ao centro do mundo. Nao e' do lenco na cabeca das mulheres que o ocidental nao gosta. O que o ocidental nao gosta aqui e' do Outro. So isso. E e' neste sonho tambem que faco disto aqui, deste outro, o centro do mundo, o meu eu. Eu nasci aqui e apanho agora o autocarro no sitio que sempre apanhei para a escola e temos todos lencos... e o deserto ao acordar. E ao acordar, na relva, sao 6 da manha, e' dia e o sol nasce no deserto com avioes a passar.
Dois meses de preludio Medio Oriente. Um bom preludio. Tudo se desorganiza dentro de mim e nasce uma lógica bem certa. Uma paz que traz novos planos ainda por desenhar. Esta a correr muito bem esta viagem!

18/4 Mediterraneo

Depois de Istambul houve paraiso mediterranico. Na praia de Bodrum com 30 graus (que sorte!) vimos as ilhas gregas logo ali suspensas em aguas claras. Sou transportado para a Croacia e suas ilhas. De Bodrum ja eu tinha ouvido falar muito! Mas nao sabia porque', pela praia, seria? Talvez.
Herodotus
Bodrum e' a antiga Halicarnasus! Aqui nasceu um tal gigante que eu tanto li, Herodoto de Halicarnasus! Herodoto de Bodrum! Herodoto de calcoes e barcos. O grande homem da historia agora com vista para os iates.
Isto e' o equivalente a uma daquelas aberturas em grande de um flime de hollywood com orquestra sinfonica: ESTAS SAO AS HISTORIAS!
"THESE are the researches of Herodotus of Halicarnassus, which he publishes, in the hope of thereby preserving from decay the remembrance of what men have done, and of preventing the great and wonderful actions of the Greeks and the Barbarians from losing their due meed of glory; and withal to put on record what were their grounds of feud."

Bodrum

A norte de Bodrum, vimos tambem a grande cidade antiga de Ephesus. Ephesus destaca-se, tal como Tebas na Grecia, pela localizacao geografica. Ha um templo e um teatro com vistas sublimes. E que distancia vai destas colinas verdejantes desta asia menor ate ao oasis de Palmira no deserto do Medio Oriente...

Ephesus

E para terminar de vez com o medio oriente, o paraiso! No paraiso vivem os Deuses, no monte Olimpos vivem os Deuses gregos, e' la' que eles discutem a fortuna dos homens ca em baixo. Mas acontece que, ca em baixo, e' tambem o paraiso! Do monte que e' uma grande montanha bem la nas nuvens, vê-se Olimpos, a cidade de longa historia pregada junto ao mediterraneo. Pelo ribeiro de pedras brancas a baixo descemos com as colinas bem altas e verdes ao lado. E a rocha cinza confunde as ruinas, um vale cheio de agua, pinheiros, ravinas e paredes e arcos... aqui o grego nao e' de marmore, e' da mesma rocha da montanha. E depois de andarmos a rua da cidade a' beira rio, logo a baixo aparece o mar de agua azul ou verde clara e ondas pequenas. E so aqui, ao olhar o lado da praia com ruinas a cair pela falecia, se ve, o monte Olimpos, onde os Deuses nos olham e decidem...

Uns querem-nos:
"So noble, who in wisdom all mankind
Excels, and who hath sacrific’d so oft
To us whose dwelling is the boundless heav’n?"

Outros nao:
"And well he merited the death he found;"

(Odyssey, book 1, na abertura da odisseia, os deuses discutem o fado de Ulisses)

O concilio vai ja longo la em cima, suponho dada a actividade vulcanica. E ca em baixo, com as ondas a bater ao de leve nos meus ouvidos, embalando como quem me diz que o verao e' aqui. Como quem me diz que a vida e' no Verao de corpo quente, que eu sou na areia, e que sempre me esqueço disso!

Ocean music

Olimpos ruins

Olimpos Tree House

é tão bom na floresta o sol nascer, é bom imaginar o q irá acontecer
http://www.youtube.com/watch?v=5fQsYbH5Wb8

Egg, Milk and Honey - Writting

I was reading a Turkish newspaper and got to this article about a Turkish film director. I didn't read much, the article was about a Turkish film director who made many movies, and the last 3 were a tryology with the following names: Egg, Milk and Honey. Then, still in the first paragraph, the author of the article says that the triology title names are a shopping list. I stopped there.
This is such a good example of writting: "when we read we are writting", said Derrida. Everything is writting. Writting is the act of putting things together and building meaning. There is no such thing as pure reading. When you read you construct. When we read we write. When we read we write the meaning of what we are reading. When we read we write the thing being read.
The author of the article has three words as the film title names: Egg, Milk and Honey. The author of the article writes the article and not only he writes the article as he writes so many other things, with a simple word: shopping. He assumes so many things. What a preconception! For me, it was stunning as I would write very different things. Milk, Egg and Honey are wonderful words: this is me writting! I see the animals who produce them and, mostly, I see textures, consistencies in the materials named, the watery milk, the sticky egg and the jelly honey. By using the word shopping, he assumes that these things are no only for consumption, human consumption, but also that they must be bought! Egg, milk and honey connect to money. One day someone will say "rainbow" or "green valleys" and someone else will write "money", "buy and sell", "consumerism"... the business writting system.
From my point of view, my writting system, the author of the article is absolutely sick! Are you sick?
This idea is applicable to everrything, not just words: from signs to images. Writting an eagle in the sky...  or writting the santa claus (he is turkish, not cocacolian!). There is no such thing as watching or listening, there is just writting. We are writting devices, type writtters.

14/4 Istanbul e os mapas instituidos

Depois de uma curta estadia em Gaziantep a Este da Turquia ao lado da Siria foi tempo de voar para Istambul. E se Istambul e' a porta para o oriente, so o e' para quem vem de Oeste. Para mim, vindo de Este, do Medio Oriente, Istambul soube a Europa, a Ocidente e fez sentir que a minha viagem acabou. Um estranho sentimento este. A viagem nao acabou mas chegar a Istambul foi como chegar a casa, ir a casa a meio da viagem so' pode ser mau. E logo agora que eu tinha finalmente comecado a viajar a serio...

Istambul e' fantastico. Chegou a M do Porto para uma semana comigo e logo vestimos o nosso carapuço de turistas: mesquitas azuis, cisternas com medusas, mesquita Sofia, palacio Topkapi. Enfim, sultanices aturistadas pagas a preço de ouro (a lira turca e' assustadora para quem vem da síria liria).
Em Istambul tivemos shisha que e' melhor noutros paises, cha que e' melhor noutros paises, banhos turcos que sao melhores noutros paises. Apesar de tudo, o cha de maca com shisha de maca convenceu e o banho turco (apesar de pior do que em Aleppo, bastante pior do que em Amman e incomparavelmente pior do que em Damascus) foi bom. Por isto se diz que Istambul e' a porta do oriente: para quem nao esteve no Oriente tudo isto seria maravilhoso, para quem vem de la, e' a decepção, tudo nao tao bom e 5 vezes mais caro.
Houve tambem panquecas e musica ao vivo... e um barco no Bosforo. A ponte entre a Europa e a Asia, mas Istambul e' quase todo na Europa. Com vista para a Asia certamente! Como Gibraltar com vista para Africa.

A verdade e' que eu nao quero que esta vista da Europa para a Asia exista. Existe terra e por acaso agua naquele nivel e por acaso outros pontos de agua e outros territórios com outros relevos e montanhas e portanto, outros formatos, outros mapas. Porque celebro eu este mapa? Se eu nao concordo, ou mais simplesmente, se eu nao gosto do que a maioria das gentes pensa sobre a maioria dos assuntos porque quererei eu saber o que pensam a maioria das gentes sobre seja o que for? Porque uso eu o teu mapa? A resposta e' simples, fazer o meu mapa e' uma tarefa gigante. E a mensagem aqui e' simples tambem: faz o teu mapa! Um dia farei uma revolta contra os mapas. Ou pelo menos uma revolta contra os mapas da terra. A revolta contra o virtual! Ou a revolta contra certos tipos de virtualidades poderosas! Morte a's virtualidades instituidas! Viva as virtualidades moleculares, virtualidades do momento... E se falo disto na Turquia tambem e' porque neste pais se vive o patriotismo de forma intensa. Os Turcos vivem a Turquia, nação nacionalista! E' aqui que vejo a rejeição da minha Portugalidade, do meu ser Portugues. Ser de um pais e' algo absolutamente irrelevante e, pior, e' algo absolutamente util. E depois ha este argumento sentado em "aparatos de captura". Mas isso seria uma longa historia...

The color of Pommegranade

Europe/Aisa Boat

Bright!

Blue

21 April 2010

11/4 Antep, Turkey

From Syria to Turkey, in Gaziantep, Southeastern Turkey, Europe becomes sudendly very close and the Arabs are gone. This is the land of the Turks, of Ataturk, the greatest Turkish leader.

It's something travelers do a lot while traveling, they go for the adventure and then all they do is complaining about the situation, either late trains, inefficient service or disgusting places. I don't do it so much but well, it's Turkey, and it looks so good and European that, as a typical traveler, I started expecting more than they had to offer...
I ended up in a 3 stars hotel in (Gazi) Antep. Nobody speaks a word of English here. The guy at the bar can't tell me if the white powder is sugar or salt. The receptionist is the best, not only he doesn't speak a word of English whatsoever, he is also really bad with sign language. So, when he told me where to get a bus to the airport he kept talking in Turkish and couldn't even point me the direction on the road. "But is it to the left or to the right" I asked moving my hands around. He replied with no body movements, only one word... turkish. I asked how much was the bus and I did the money sign with my fingers. Again he replied in Turkish and no body movements. I started doing numbers with my fingers but he didnt understand... finally another guy shouted... twenty!
Then, there is the Fireman. He is in his sixties. He came to Antep to do a Management course. He is from somewhere else. He is the Chief Fireman in the Airport of another Turkish city.
At night I walk around and I get into a bar where again, no one speaks a word of English (they couldn't even say numbers like 4 or 5), the music is live and they play Turkish music... but it sounds Greek to me... I guess I will handle that problem later, visiting Turkey with Greek references...

Plans and Nihazov
After deciding that I will visit Iran (and probably the north of Iraq), I am currently deciding how will I get to China: flying from Tehran or crossing central asian Istans. I don't like flying but visas are expensive and hard (or at least long) to get. The first Istan would be Turquemenistan. Niyazov and his surreal book and history make me want to go there (see this, http://en.wikipedia.org/wiki/Saparmurat_Niyazov, the fact list is incredible).

Second World countries
In Egypt, the landscape and the beachs are good but I didn't like the people (just like Marocco). Jordan, Palestine, Syria and Lebanon were amazing. I have this bad feeling about Turks... Let me explain... I have the same reaction with Turkish people as I have with Portuguese people, it's the second world and I can't avoid expecting them to be in the first world. Develop! Develop! Now!
For me it works the same way with people, I do accept some people as inapt or simply limited (especially elder people) but I get inpatient with limited young people: think! The same goes for Syria (accepted limited elder) and Turkey and Portugal (limited young people): let's move on people!!! I have to go back to the thrid world... to the place I accept things as they are... and I accept myself as I am... limited... and still young...

Nice people
I am tired of meeting nice people everywhere. Tired of people using "sympathy" as the big major factor to judge someone else. Tired of inapt nice people. Inapt as in inefficient and stupid. I am always happy to meet rough people, instigate them to play, play around and conquer them. It's a new rule of thumb: time should be spent getting to know rough (or unordinary) people instead of babling around with "nice" people. I know this is a dangerous reasoning but again I am tired of being nice... my way inside must be a rough way.
The cloudy and windy picture of the Syrian/Turkish border matches this post's mood.

20 April 2010

10/4 Palmyra e Aleppo

Depois de dias festivos em Beirut e Damascus foi tempo de voltar a' Siria e fazer o que manda o livro: visitar as pedras romanas de Palmyra e o cheiro oriental de Aleppo.
No corpo levava pouco sono, muitas ideias mas uma certa esperança, levava a vontade dos que me falaram de viagens. Levava a vontade de viajar dos outros. Foram dias avivados pelas memorias. Nas pedras de Palmyra projectei as caras dos viajantes e na paisagem desértica em volta espalhei as suas vozes. Foram também dias de musica ca dentro, Palmyra ouviu-me cantar...

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Depois de vaguear entre rochas, templos, teatros e ruas de colunas bem altas e' tempo de subir o monte e ver o deserto de cima, o oásis e a cidade que ali havia no tempo de Júlio César.

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Vinha com grandes expectativas e com Pompei em mente. Mas se Palmyra não surpreendeu, veio logo Aleppo dar-mo de volta. Sabia eu que cheira Aleppo a especiarias e 1001 noites. Aleppo e' de facto uma cidade de referencia no Médio Oriente. Mas se os souks, o hammam, a mesquita bem no centro e os shish kebaps por todo o lado fazem de Aleppo uma cidade oriental, e' noutro lado que esta' o seu segredo.
Aleppo e' uma cidade pobre, bem no segundo mundo. Estava a chover quando cheguei e vinha comigo Kan, um Turco de 21 anos estudante de Marketing em Istambul que me foi falando, já, da Turquia... mas antes da Turquia. Há uma torre com um relógio e depois caminhos, souks dizem eles, caminhos, ruas, becos, curvas, esquinas sem saída e em cada canto um buraco, uma loja, um negocio. Na sexta-feira não se trabalha, e' o Domingo do Islão, e em todos estes países o negocio esta fechado. Na sexta passeei sozinho pelos souks abandonados e entrei no final do dia no Hamam de banho turco e massagens. No sábado renasce!
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Aleppo tem um souk especial. Não e' o souk, especial, e' aquela esquina que me fez cair o queixo e pensar que Petra ou Pompei talvez não fossem os locais mais impressionantes que alguma vez vi. Ao virar a esquina, no souk, vê-se uma muralha, e se andar um pouco vejo o fosso e depois, a parede que trepa monte acima ate' a outra muralha bem alta, la em cima: e' a cidadela de Aleppo. Caminho um pouco e desde um portico sobre o fosso ergue-se uma ponte gigante ate ah entrada na cidadela, no castelo. O fosso esta sem agua mas dizem que tinha 20m de profundidade e 30m de largura. No final da ponte, já na muralha ergue-se uma monstruosa porta: the citadel gate. Tem tamanho que chegue para me fazer cair o queixo e ouvir o relinchar dos cavalos e o tilintar das armaduras e o som das catapultas e os animais e os pobres a discutir. Viajar também, claro, no século XII. Dentro da cidadela há um anfiteatro e um palácio e uma mesquita e muitas ruínas e as vistas sobre Aleppo são incríveis. Foi este um dos últimos redutos Árabes nas cruzadas. Foi este tambem o meu ultimo reduto no Medio Oriente...

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Em Aleppo jantei sozinho e já no chá final, alguém grita, "Luís!". E' o Laurent que passa com mais gente nova. A eles me junto. Na noite seguinte eles são expulsos do hostel onde dormiam. No novo hostel há um quarto com vinho e varanda e um longo desfile de conversas.
Há o Sebastian, filosofo francês que diz "Wittgenstein" e "escola inglesa" e que "temos de ter muito cuidado com as palavras que usamos". A isto eu respondo que Deleuze dizia que escrever um livro sobre um filosofo e' como "encule'" o filosofo e fazer-lhe um filho bastardo, ele ri-se e diz, não surpreendentemente, que não gosta muito de Deleuze. Em Palmyra encontro o filosofo Japonês que fala de Heidegger (e' ele na foto em cima, sozinho na teatro de Palmyra). Agora um filosofo Francês que fala de Wittgenstein. Quem me ajudara com a minha teoria francesa?
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Há o Seb, tímido, Francês, 26 anos, viaja, roto, vai a' Índia, simpático. Com quase tudo o que e' preciso para ser um grande viajante mas ainda vai no inicio. "E' lento" diz ele.
O Julien Francês tem 27 anos estudou Business, fez mini carreira e agora vai estudar outra coisa, quer ser um Social Worker. Mas ainda não sabe. Viaja só 3 meses!
A Claire convenceu-me. Havia antes o Mat Americano, o meu americano favorito, finalmente um americano de quem realmente gosto. Agora a Claire. "It's probably something about how they pronounce the word PALESTINE". O Mat tem um major em Historia, a Claire um PhD em Historia sobre "crimes sexuais na idade media europeia"! Nenhum deles sabe onde vai muito bem mas há qualquer coisa na forma como vão... comprou uma bicicleta, colou umas sacas e pedalou ate ao Eufrates, a 5kms do Iraque disseram-lhe: "não podes estar aqui", e voltou. Vendeu a bicicleta, deixou a mochila em Damascus e veio para Aleppo, "I just sold my bike, all I have with me now is this garbage bag", e mostra um saco do lixo preto onde transporta as coisas. Há pessoas que vale a pena conhecer. Não são estes detalhes engraçados que aqui coloco que os fazem especiais, e' antes o seu tom de voz, a colocação da voz e do corpo. E' gente que esta' aqui e agora e experimenta.
Há também a Miriam de Aleppo, host do CouchSurfing. Fala muito com o Laurent e leva-nos a um bar giro. Trás um amigo que me fala do Francisco de Lisboa e do filme Capitães de Abril.
Havia ainda mais um ou dois ou três personagens... e um Falafel fantástico e uns doces ainda melhores.
No dia anterior, o almoço num palácio, um grande bife (comer kebab todos os dias da saudades de carne a serio!). Custou 12eur, o jantar custou 30cent!
Há, no fim de Aleppo, uma vontade de mudar de mudança! De parar, sair do carro, e continuar a caminhar a pe'. E para isso talvez seja preciso uma bicicleta. Não termino esta viagem sem uma bicicleta.

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19 April 2010

2/4 Beirut

De Damascus a Beirut sao pouco mais de 100kms. E' mais uma fronteira natural onde se soube bem alto as montanhas do Libano. No Libano, ali nas montanhas verdes, houve ja guerra civil muitos anos e estas estradas sao estradas com muita historia. E' tambem nestas montanhas que se faz ski. E logo ali, ainda a subir a montanha que tapa o pais, ja o contraste, a guerra e o desenvolvido, a boa vida com balas. Ao descer abruptamente a montanha temos Beirut ali ao longe virado para o mar e com o por do sol. E tambem ali, logo ali, os cedros, e' este o pais dos cedros!

Do autocarro saltamos para um taxi e continuam as surpresas ainda sem por os pes no pais. Alguem no carro explica os pontos mais importantes da cidade enquanto passamos por eles: ha uma mesquita e ha um cruzamento "foi aqui que mataram o Hariri, fizeram explodir uma bomba quando passava a caravana presidencial" e ha um predio bem alto completamente esburacado pelas balas "era aqui que os snipers se colocavam durante a guerra" e depois o taxi a grande velocidade por entre torres bem altas e modernas, e depois a marginal... uma grande entrada em Beirut!

Para Beirut viemos ja uns tantos amigos de Damascus. Viemos para o terraco (rooftop) do Talal's, outro hostel conhecido de todos. No hostel encontramos o Max e o Tulio. O Max e' musico de 21 anos Americano, toca piano e compoe musica para anuncios e pequenos filmes. O Tulio e' Italiano e tem uma obsessao: pe's. Eu digo-lhe que conheco o Mat de Damascus, seu amigo e, a primeira vez que me dirige a palavra, "do you have any kind of fetich?".

A noitada comeca no apartamento dos nossos amigos noruegueses, um apartamento de grande nivel na marginal principal de Beirut num quinto andar com vista para o mar. Chega mais gente e a cerveja. Ha musica e na varanda temos o mar e a conversa.

As novas personagens sao o Jon e a Lucia. O John e' de Beirut e e' extremamente simpatico fala-nos do seu pais e tenta passar o maximo de informacao possivel. Fala de musica, das suas origens misturadas de grecia e armenia e de como a cidade esta dividida em bairros de religioes diferentes. Falamos tambem dos campos de refugiados Palestinianos "sao campos de refugiados mas os edificios sao de betao" diz ele. A Lucia, alema de origem italiana, e' bonita, tem 21 anos e diz que e' viciada em manifs. A sua discussao acesa com Matej (o jovem checo) e' interessantissima. Ela tem 21 anos e quer mudar o mundo. Ele tem 22 anos e so sabe que primeiro tem de se entender a si, para depois entender o mundo. Os dois simples e representativos, elas, em caso de duvida, atiram-se ao mundo, eles, em caso de duvida, nao se atiram ao mundo. Tipico.
Depois do apartamento vamos para a discoteca BO18 numa especie de buncker que surpreende pelo bom aspecto mas principalmente porque ja a noite ia longa e a musica alta e o tecto da discoteca comeca a mover-se e abre.... todo! Um buraco e de repente estamos com o ceu limpido em cima de nos e ao lado: lua cheia e musica bem alto no ceu de Beirut.


O dia seguinte foi dia de ressaca e passeio solitario a' beira mar. A agua era verde clara e muitos tomavam banho entre as pedras bonitas e de formas bizarras. A boulevard chama-se Corniche e no restaurante em cima da agua as gentes vestem-se bem e falam frances. O nivel em Beirut e' elevado... os edificios grandes e modernos intercalam com as casa antigas e pequenas baleadas pela guerra. Aqui toda a gente e' incrivelmente simpatica e educada. Ha ate uma universidade americana de beirut com mais de 100 anos. Ha um Tony que vende hotdogs na rua e fala americano perfeito como se estivessemos em Nova Iorque. E' um pais de emigrantes que voltaram. E' um pais marcado pela guerra e agora pela construcao. Beirut e' uma das cidades mais bizarras que ja visitei. Enquanto Telaviv tem uma claridade Ocidental no Oriente. Beirut e' uma misturada bizarra: o oriente e o mediterraneo salpicado por balas. E depois ha os carros. Se em Geneve havia quem se surpreendesse com os carros que se viam na rua, em Beirut e' impressionante, jeeps e carroes cromados, e eles e elas bem vestidos la dentro. Estavamos a falar disso enquanto caminhavamos e passamos por tres porches seguidos, estacionados numa rua normal...

Falamos sempre, claro, de politica e aqui de Hariri pai e seu filho que, tal como na Siria de Assad pai e filho, fazem, mais do que tudo, de icones. Sao governadores iconicos, idolos, objectos de marketting violento... e ha depois o Hezbollhah e havia o amigo do Matej que lhe tinha oferecido uma noite no campo de refugiados mas que recusamos por "motivos de seguranca".
Voltei a Damascus a sonhar com o Irao. No Irao, por lei, as mulheres sao obrigadas a usar burca em publico.

17 April 2010

31/3 Damascus

Depois de Israel, a Siria era, diziam, simpatica, so com um senao, nao podia dizer que tinha ido a Israel! Nao so' na fronteira mas com toda a gente, na Siria, tinha de ocultar a minha visita a Israel. Na Siria e' obrigatorio odiar Israel.
Damascus comecou com um gelado de pistachios e a vida diaria do povo dentro da mesquita. O terceiro sitio mais sagrado do Islao depois de Meca e Medina: a grande mesquita de Damascus. No souk de tecto baleado sentei-me meia hora e disparei contra todos os que passavam.

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Em Damascus para-se a cada canto, com almofadas e ha um trio constante: shisha, cha' e gamao. Aqui elas ja nao andam tao tapadas e no restaurante a empregada ri-se para mim. Depois de 1 mes em territorio Islamico isto provoca uma reaccao forte em mim. Como quando se muda de pais e os precos sobem ou descem, ha sempre um periodo de adaptacao. Nos primeiros pagamentos em que nos custa deixar tanto dinheiro ou contentes por nao ter de pagar tanto... Um sorriso de uma mulher muculmana e' uma visao quase impossivel no Egipto ou Jordania. Noutro restaurante digo que gosto da musica e oferecem-me o cd que tocava: Majda. Em Damascus compro um netbook de 10 polegadas que me acompanha na escrita viagem.

O hostel Al Rabie em Damascus e' o melhor hostel do mundo! O salao central e' o patio central da grande casa centenaria e o dono, de 99 anos, senta-se ao fundo e chama constantemente os seus filhos que gerem o hotel: baba! baba! baba! um som que nao me saira da memoria...
O quarto, nao ha quarto. No terraco (rooftop) ha cerca de 30 camas onde dorme toda a gente e onde se conhece todo o tipo de gente. Amigos. Vamos a um bar de 10 metros quadrados onde se bebe Arak (tipo pastis ou Uzo) e se conversa com bad muslims (um bom muculmano nao bebe alcool). Depois na discoteca, em Damascus sim, toca musica arabe e elas dancam todas da mesma maneira como sempre mostram na televisao aqui: os pe's lentamente de um lado para o outro e quase tudo nas ancas e ombros, os bracos para cima claro. Na mesa dos bares e discotecas ha aperitivos: amendoins e pipocas e, outro, mais invulgar, cenouras e pepinos feitos pickles suaves. As conversas sucedem-se...
A Sasha e o Tadej, os primeiros Eslovenos que conheco que nao sao nem de ljubljana nem de Maribor, viajam pela Asia com o parapente as costas!
O Matej, checo de 22 anos que se demitiu e partiu rumo ao mundo, e' extremamente ingenuo e nao sabe onde vai, partiu, por terra, da Republica Checa a' descoberta.
A Fruken e a Jenet, alemas, falam-me de musica alema.
O Ole e o Christan, da noruega, mostram o que e' ser noruegues: querem divertir-se e vieram de Beirut.
Ha um grupo de 4 jovens estudantes da universidade Americana do Cairo. Estao de ferias e aproveitaram para vir a' Siria.
O Laurent, frances, e' professor da primaria e conta-me muita coisa. Trabalha 6 meses por ano e viaja os outros 6 meses. Escreve para o jornal da terra uma cronica para os seus miudos: do Cairo a Shangai! Podia ser a minha deixa!
O Mat e' o Americano mais porreiro que alguma conheci. Ele tem 23 anos e tem uma forma de falar absolutamente incrivel "ohhh, maaaan". Esta' sempre a dar "fist bumps" a toda a gente e toda a gente gosta dele a' primeira. Terminou o curso de Historia nos USA e agora esta ca a estudar arabe. Ainda nao sabe o que vai fazer mas e' provavel que acabe como a sua irma, activista pro-palestiniana. No regresso da discoteca ao hostel as 5 da manha somos muitos no taxi (nao sei se foi aqui mas um dia destes andamos 8 pessoas incluindo o conductor num carro de tamanho bem normal). O vento bate-me na mao e a mao, move-se, eu olho-a, o tempo pa'ra e eu sorrio. Estou em viagem! E e' com Mat que viajo, ele e' timido mas, ao chegar ao hostel, o recepcionista dorme. Mat tira a harmonica do bolso e hipnotiza, eu sento-me na porta do hostel e, como no taxi, viajo! A grande musica americana numa simples harmonica!
A Adriana, galega, estudou publicidade e trabalhou uns anos em Madrid. Veio a demissao e uma grande viagem volta ao mundo. Estudou Desenvolvimento Internacional e depois de trabalhar na Colombia tira alguns cursos especificos sobre desenvolvimento. Desta vez em Beirut, onde estava. Com a Adriana aprendo o seu projecto de vida e partilho a minha religiosa relacao com Benares, na India.
O Rafi e' Iraquiano e e' obcecado por musculacao. Nasceu na turquia mas o pai e' um influente politico Iraquiano do novo regime pos-Saddam. Uma personagem unica.
Ha depois um Californiano chamado Steve que toca Ukelele e com quem toda a gente antipatizava depois de 5 minutos de conversa.
Vimos passar no hostel uma rapariga Americana podre de bebada que, na hora do checkout (as 2 da manha) se pos a dar beijos na boca ao recepcionista. Ele so dizia: "nao gosto do cheiro a whiskey!".
Assim vai a vida no Al Rabie em Damascus.
E havia ainda que falar dos Fenicios:

E das gentes claro:





15 April 2010

29/3 Tel Aviv - from Gaza with rockets

Do mar morto ate' Jerusalem vai uma Palestina. Fora das muralhas da cidade velha, a nova Jerusalem e' uma cidade pequena e moderna, onde ja se ve o Israel moderno. Mas e' mais a Oeste, em Telaviv, que se chega a Israel moderno, sofisticado e onde tenho de me perguntar: estou no medio oriente? Depois de fazer snorkelling no Mar Vermelho e de boiar no Mar Morto, foi tempo de rever o velho Mediterraneo de areia suave... ja conheco os 7 mares?

Na chegada a Tel Aviv, sai' do autocarro e caminhei ate' a' praia. Comprei um Ice Tea num mini mercado e senti o peso do shekel (mais de 2eurs pelo ice tea). Duas horas na praia ate' ao por do sol, a vista e' fantastica e logo aqui comecei o meu cisma de que Tel Aviv: isto e' o Rio de Janeiro! A areia, os predios em frente ao calcadao e o empedrado em forma de S como no Rio. Mas havia mais semelhancas! As ruas de Ipanema e de Tel Aviv logo depois da praia sao rasas, nao e' demasiado bem cuidado mas e' simpatico, a gente caminha calma, no Rio os botecos de esquina servem suco de fruta e sanduiches, aqui sao as esquinas ou com cafes simpaticos ou com lojas de iogurte.

O hostel fica a 2 quarteiroes da praia, tal como o hostel em que fiquei em Ipanema! O dormitorio tinha 4 jovens americanos: o Justin e' um jovem simpatico que vive e trabalha na California mas o Pat e' quem surpreende. Ele fez a recruta e esta' agora na reserva a' espera de ir para a guerra no Iraque. Ele quer ir mas nao o chamam! Ele quer ir para a guerra! O Pat tem 23 anos e e' o mais Americano de todos os americanos que conheci ate hoje. Ele gosta de discutir os temas politicos. Falamos de tudo, politica basica, liberalismo, proteccionismo, politicas sociais e de Bush claro, de quem ele gosta, e de Obama, de quem ele nao gosta. Chegamos entao a falar do conflito no medio oriente e aqui, Pat, tem uma visao tao puramente americana/israelita e parcial que me faz sorrir. E' tao limpo o argumento que ate ajuda a preparar contra argumentos. Nao e' engracado. E' que Pat mata fundamentalistas islâmicos. Quando falo com ele por email da Siria, ele pergunta-me se eles me ignoram. Para ele, claramente, um muçulmano e' um fundamentalista anti-democrata que deve ser reprimido. E os USA estao no Iraque para "instalar a democracia". Melhor ainda, Pat gosta de discutir e argumentar com os locais sobre estes assuntos, uma viagem pelo Medio Oriente com Pat seria.... perigoso. Depois de uma viagem no medio oriente e de viver a simpatica constante desta gente, esta perspectiva de Pat, faz-me sorrir. E' uma ignorancia que me faz sorrir! Para completar a figura, os outros dois hospedes do quarto sao ex-combatentes Americanos no Iraque. Estamos portanto na companhia do exercito americano. Um deles, conta Pat, escreveu ate' um livro polémico sobre a sua experiencia no Iraque...

Encontro Sam e Leslie de Amman no mesmo hostel: amigos grão-bretões. Leslie e' Irlandesa o que faz com que chama-la grande-bretã seja provocatorio. Mas estamos no coração da provocação e discussão politica... e' que os Palestinos, diz Leslie, gostam, por identificação, da Irlanda do Norte.

Foram em Tel Aviv 3 noitadas vivas. Uma cidade cheia de bares e discotecas com vista para o mar e sempre com gente, seja a que hora for. Seguem alguns highlights. De uma loja de iogurte de esquina, pelas duas da manha, descemos umas escadas e estamos numa discoteca com grande festa. A' saida todos comem ... iogurte! Num Irish Pub bem tipico Sam esta' feliz, temos cerveja e gente a conversar, e' tudo o que e' necessario para fazer um homem ingles feliz (e os genes indianos de Sam nao interessam). No Lehman's vemos um bar absolutamente moderno, talvez mais moderno que na Europa, a musica e a gente. Conhecemos um estudante de Middle Eastern Studies em Cambridge e um Israelita careca. Mesmo ao lado, ja e' tarde e eu insisto com Sam para entrarmos numa discoteca que parece ter uma grande festa! TLV de Tel Aviv e' uma discoteca com uma so' pista, do tamanho de dois pavilhoes, a maior que ja vi, gigante. Um pequeno senao (ou digamos detalhe), e' que, ali em Israel, bem perto de paises onde a homosexualidade e' ilegal e leva a condenação a' morte, temos uma noite gay no TLV. Pagamos 30eur e entramos num lugar onde cerca de 1000 homens (muitos sem tshirt) dançavam eufóricos uns com os outros. Não vi uma única mulher!!! Um tanto assustador, mas uma visão única... Na noite seguinte, num bar que e' uma casa com cozinha, sala e salao falamos com umas Israelitas. Ela tem um aspecto de modelo e diz que e' secretaria de uma agência de modelos, e' tímida mas simpática. A conversa e' a seguinte: 
- Do you know where is Portugal?
- Hm… Ya! It’s in South Africa.
- Ahahah
- Oh sorry, no. I’m drunk (more serious), it’s in south America!

No dia seguinte ao pequeno almoço ouço a rapariga da recepção do hostel a dizer: "Life is nice. You get used to it.". Ao almoco estamos num cafe de esquina e comemos umas sanduiches maravilhosas com capucino. Chove torrencialmente durante 10 minutos e para depois. A praia ali ao lado. O falafel de outro cafe de esquina de ontem era maravilhoso! Alguem disse que a industria informatica em Tel Aviv e' muito avançada. Podia muito bem viver aqui, nao fosse a ameaça dos misseis de Gaza...

Assim estive em Telaviv, tudo calmo, a praia, os cafes, as discotecas, o clima, lafas, felafel e muita gente gira. Uma indiferença bizarra... e Gaza logo ali ao lado (80kms?). Uns dias depois as noticias cantavam assim:
There has been more than a year of relative calm following the bloody fighting between Israel and Hamas that erupted in December 2008, as Hamas maintains a shaky ceasefire with Israel after the major conflict. However, the situation turned into a high tension again in March.
Several Israelis and Palestinians were killed in the rocket attacks and Israel's retaliatory strikes, with Israeli airstrikes reaching a new height at the end of last week with a series of raids reminiscent of those that lead up to Israel's ground invasion of Gaza a year ago. 

Agora leiam o post outra vez com esta noticia em mente! 80kms! Bizarro...

13 April 2010

28/3 The situation


E e' mesmo em Jerusalém que se continua a falar de politica.
Há, antes de mais o estado de Israel. Presidente e primeiro ministro. "Foram postos aqui pelas UN depois da segunda guerra"? Bem, tudo o que se possa dizer e' discutível.
Há em Israel um estado. Facto. Há um Shimon Perez e um Rabin que ate' tem um prémio Nobel. Aqui já vejo uns a rir. Israel e' em Jerusalém capital, dizem os Israelitas! Jerusalém esta bem dividida pois e' do Este de Jerusalém que sai e começa, ate a' fronteira com a Jordânia e ao mar morto (onde atravessei a fronteira), uma Palestina chamada West Bank (não sei como se diz em português). Há no West Bank uns  políticos (ou serão guerrilheiros?) chamados Fatah. E há ate em Jerusalém um longo muro grafitado que divide Jerusalém, que protege Jerusalém, que limita Jerusalém, que envergonha Jerusalém!?
A Oeste de Jerusalém há o mar e Tel Aviv e Haifa: puro Israel judeu sem sinal de Islão. Se descermos um pouco (menos de 100kms) chegamos a Gaza, uma cidade sobrepopulada por refugiados Palestinianos. A faixa de Gaza tem 20kms por 40kms de dimensão. Aqui ha', em Gaza, a Autoridade Palestiniana (Palestinian Authority) e o Hamas. Dizem que são braços do mesmo corpo, mas nem todos concordam. Se são braços, são braços muito independentes, tanto independentes quanto lhes convém nestas batalhas de poder. A Autoridade Palestiniana e' quem tenta obter o poder sobre a região, a Palestina. O Hamas e' quem tenta obter o poder sobre a região, a Palestina. Um com politica, outro com misseis. Mas isto não e' verdade! O Hamas e' um partido politico e misseis há que levam autoridade palestiniana.
Havia ainda o Yasser Arafat e a sua Organização para a Libertação da Palestina, ligado ao Fatah e um Nobel. Acho que também vinha de Gaza esta bomba.
Na Síria, o pai Assad e agora seu cómico filho não deixam entrar no seu pais quem esteve em Israel e chamam a este, a Palestina Ocupada. E' que Israel ocupou ainda há bem pouco tempo um pouco do território Sírio, um pouco mais! E logo ali o Líbano e outra família, Hariri foi morto a' bomba mas deixou o seu filho. E' que no Libano há o Hezbollah um pouco ao norte de Beirut. O Hezbollah e' um partido politico com braço armado. O Hezbollah e' suportado pelo Irão, e ajuda no Líbano ao desenvolvimento paralelamente ao governo maioritariamente Cristão. O Hezbollah faz as escolas para os muçulmanos e manda bombas para proteger os seus direitos. Ou não! No Líbano, só! Não, claro que não. No Líbano, os muçulmanos, na Jordânia os muçulmanos, na Síria os muçulmanos, são em grande parte Palestinianos. Os Palestinianos estão por toda a região: alguém lhes assaltou a casa! Os campos de refugiados espalham-se de Gaza ate a Beirut...
E há ainda Kadafi na Líbia e Ataturk na republica Turquia e já não há Saddam. E há petróleo por todo o lado. Só não há grande paz...
Há no final um estado, Israel, e o exercito, e muitos jovens de armas que "defendem" o seu pais, a Palestina. Defendem a Palestina dos Palestinianos. A terra prometida. Ai não, Israel. Não prometas pai, a teus dois filhos, mais que a metade do pão! Há irmãos mais fortes que outros. Há ate bastardos que levam tudo, ou adoptivos! Ou nem irmãos, invasores. Ou estúpidos...
E em volta disto se desenha o Médio Oriente. E sempre o mais forte matando o mais fraco, assim: http://www.collateralmurder.com/

11 April 2010

M2 - No's moldura de no's, na primavera


A nossa incompetência para processar o tempo, os anos ou os dias! Os meses e depois as dimensões, o espaço! Como controlar, como referenciar ou representar ou entender ou sentir? Se ao menos houvesse uma so forma de ver tudo isto! Numa viagem vive-se sempre o múltiplo e a impossibilidade de síntese eh irrelevante mas na rotina queremos sempre o sistemático, o volume certo, o tamanho e o esquadro: a moldura.
E' a obsessão pelas referencias! E' que no centro esta' uma foto minha, so', nu', no Prado Teixeira do Geres, la' onde não há gente, há so' lobos. Amo entao as molduras! No's como moldura de mim. No's moldura de no's. E no centro mais molduras! The thing itself is a sign! Dois anos de signos cruzados. Referencias baralhadas e la sempre essa tua memo'ria. A nossa memoria que se recombina a cada instante. 




"Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço -", HH

M

10 April 2010

Yo lo llamo "poesía"

We are the axis that goes through what stays in us after years and years of discontinuous events. I am many other things but these two songs are bare examples of my two most recurrent identity beans: emotional catharsis (Lhasa) and electrical euphoria (Kimmo).
Kimmo is the absolute reference for "electricity". There are better references than Lhasa for "crying" but it's what I been listening to lately.

The need of a child doesn't being with birth! it is there before he is born:



Yo lo llamo "poesía" - Quiero sofrir

09 April 2010

European music in Beirut

It all started in Nuweiba Egypt with someone explaining me what was the morris dance "ah, Pauliteiros a' inglesa!". Or with bells. I like Portuguese style Pauliteiros better! Someone played Egyptian Harp there (but that's not european).
In Jordan French friends sang French music: Ferre, Brassens, Trenet, Brel and many others. Then someone asked me about Jose Afonso and sent me to Germany from Bella Ciao to Die Moorsoldaten, by Hannes Wader and then to Reinhard Mey (Sergio Godinho mixed with Paco Bandeira).
Then the Norwegian showed me Jose Gonzalez.
Then a musician came with Jazz and Debussy.
Then another French came and brought Serge Gainsburg with Je t'aime or event better Sea, Sex and Sun hahahaha
All this happened not far from Beirut and this amazing Al Habibinoni.
All this happened in places like these:

beirut

aleppo8

08 April 2010

Syrian Oud

http://www.youtube.com/watch?v=7uYKkKCAvnA

07 April 2010

Mis frenos

Someone just told me that although I was reborn in Varanasi I couldn't integrate that rebirth in my life.
I think I have gathered enough things now to inject Benares in my past, to inject Benares in my next steps.
Integrate the inside with the outside. Rebuild the inside/outside relationship.
It took me 2 weeks in Egypt to leave Portugal. It took me a month in Middle East to finally start travelling.

Self-portrait:

War and P...arty

A passagem por TelAviv e Beirut foram, para ale'm de profundamente interessantes, muito animadas e cheias de gente. Nao vou colocar aqui grandes fotos da festa mas esta tem mesmo de vir parar aqui. O Mat Americano e o Rafi... Iraquiano.

Anti-Carreira

Fixe, fixe, eh pedir a demissao e nao arranjar outro emprego!

Tenho conhecido tantos perfis nesta viagem. ha quem peca a demissao aos 25 e comece a estudar outra coisa tipo "international development", ha quem se reforme aos 35 anos, ha o gajo que passa 3 ou 4 meses por ano na europa a trabalhar (tipo a colheita de morangos)  e o resto em africa lowcost. outros trabalharam ate aos 45 ou 50 e agora vivem da poupanca antes da reforma a viajar longo prazo (um deles viaja de bike por africa), outro eh jovem e vende coisas enquanto viaja... na america do sul havia "los artisanos", etc, etc...

ainda nao eh desta que vou arruinar a minha carreira IT (eu ate gosto de ser geek e pagam bem) mas mais tarde ou mais cedo vai ter de ser...

03 April 2010

Onde estou

Escrevo e escrevo e nao explico onde estou, que pais e', que capital, que historia...


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