30 March 2010

Como partir bolinhas voadoras em pedacos

(foi um bocado escrito a' pressa, mas fica a ideia)

Poe-se uma bolinha a rolar num cilindro minusculo. Depois de abanar o cilindro correctamente a bola comeca a girar a uma velocidade gigante, atira-se a bola em rotacao para outro cilindro um pouco maior e repete-se o procedimento. De seguida atira-se a bolinha a rodar para um cilindro maior... 27km de diametro.
Depois, enquanto a primeira bolinha gira no cilindro grande (27km) a velocidade constante (por la uns imans que estabilizem a velocidade e as trajectorias das bolinhas), coloca-se outra bolinha no cilindro pequeno e repete-se o procedimento todo para a segunda bolinha mas ao atirar a segunda bolinha para o cilindro grande (27kms), atencao, a segunda bolinha atira-se no sentido contrario ao da primeira bolinha.
Depois, faz-se muito bem as contas e constroi-se uma lupa gigante (20metros por 20 metros por 40 metros) no local onde a primeira bolinha, por voar no sentido contrario, embatera na segunda bolinha. Repetir o procedimento milhoes e milhoes de vezes por segundo. Atencao que muitas bolinhas a fluirem num dado meio a velocidades gigantes deixam de ser bolinhas e passam a ser feixes (como um raio de luz se quiseres).
O resultado e' dramatico, as bolinhas partem-se em mil bocados!!!

Finalmente, enviam-se para la uns rapazes com oculos muito graduados que vao olhar pela lupa e juntar os mil pedacos com cola. Daqui a uns 10 anos, um dos rapazes de oculos muito graduados encontrara um graozinho de poeira la na confusao!!! Vao chamar a esse grao Busoum do Higgs (como em bosao mas com forte sotaque a' porto), em homenagem ao adivinho do seculo XX com esse nome. Se so encontrarem o po do costume, nunca mais se lembrarao desse adivinho...

Passaram anos e anos ate terem conseguido fazer isto. Hoje conseguiram afinar tudo e fizeram as primeiras bolas embaterem. O chao ja esta cheio de poeira! Agora e' so soltar os caixas de oculos e... toca a procurar!!!

http://www.guardian.co.uk/global/2010/mar/29/lhc-launch-live-large-hadron-collider

29 March 2010

Dois anos depois de um "fim"

28 Março, 2008
Pela marginal fora...
E acabou mesmo. No fim fica uma paz bem profunda que a ocidentalidade vem ofuscar mas não alterar.

Ficam as emoções de Timor, que mexeram comigo como nada mais, fica a independência que encontrei na América do sul e a beleza da índia que se espalha por mim em paz.
E há o resto que havia para pensar e sentir.

Hoje é o primeiro dia do resto... os mesmos espaços, o mesmo mundo, eu feito diferente pelos quilómetros, um sorriso na cara, e muitos muitos momentos mágicos na memória. Que há de melhor?

E há no meu quarto um tapete indiano tão lindo que comove, que lembra que transmitir aquilo que vi, senti e aprendi este ano não vai em palavras. VIAJJJJEM!!! (é o imperativo porque viajar é IMPERATIVO)

27 March 2010

Dia para um novo pensar

Nota: falhou o dia e falhou tambem o novo pensar certamente, mas talvez seja este texto um concreto espelho do falhado dia, dessa tao almejada coerencia inatingida. E' tambem no plano e tecnica que este dia e este texto se encontram. Partilham as razoes do falhanco (tomara eu um dia ler os teus dias).



Hoje queria escrever um texto, palavras. Queria empuleira-las umas, depois as outras. Queria fazer crescer no teu ouvido um sentido. Hoje queria gritar sentidos. Hoje quero catedralizar um significado para o que de hoje ha de novo. Queria ate pegar em ti, levar de ti alem o que de mais nao teu ha em ti e fazer disso comercio. Criar, aos pedacos, o mais abjecto animal de nuvens. Modelar em ti, e portanto em mim, aquilo que nao sou. Fazer crescer entre no's um papagaio de cor viva. Uma arma de combate. Queria hoje um boneco apalavrado de sentido trocado. E dele faria arremessos. Ah explosao. Monstro repetido. Esse cabelo solto que vira tecla solta. Esta onda borratada a que chamas mundo. Hoje queria, contigo, tracar a linha entre este monstro e aquele exercito. Armado de deslocamentos de signos e impossiveis posicoes. Visoes que sempre estiveram mas nunca vimos. Gramaticas anarcas e fonologias secas. Aquele simples so. A cor que la esta por detras do biombo. Hoje era o dia do plano. O dia do querer fazer.
Mas todas as armas que construi para ti passaram, do prazo, os significados. Sao os meus exercitos que nao me deixam avancar. Bonecos armados que quando despertos rompem, como quem respira, as suas pernas. Sao ainda estes inuteis.

Hoje era o dia do sentido. O dia do tracar da linha. Da consolidacao da fuga. Hoje era o dia de rasgar o ceu e la deixar um a's de copas e a tua mao. E nessa tua mao eu poria o meu voo. E um general, estatua de flanela, seria a esfinge de trunfo. O corte do pano caido. Do ceu derrete o a's de copas e, gota a gota. O general. So ele sente o cheiro. So de flanela se entende a rotacao dos baralhos. A noite cairia hoje e sobre a flanela deixaria, eu, derretida a tua mao. E so ai nasceria o novo sentido. Da tua pele macia, um messias. Marchariamos. Pelo ceu quebrado tocaria em tua mao o teu pensar. E ao voltar, sem voltar, nunca teriamos partido. Mas continuariamos marchando pelos baralhos fora. Como se um novo passo, este proximo do meu pe, se tivesse virtualizado e no mundo, antigo monstro, surgiria uma nova metrica sincopada. Um novo ritmo de caminhante. Um novo pe. Uma nova terra. Uma nova forma de movimento. Um novo plano ou destino. Um tino talvez. Um novo, ali, pensar.

26 March 2010

Jewsalem

Em Jerusalem, no bairro de judeus ortodoxos fazem judeus sua vida diaria. Um autentico ghetto!

Orthodox Jewsalem

Orthodox Jewsalem

Orthodox Jewsalem

Some more at http://www.flickr.com/photos/48159593@N05/tags/jewsalem/

Best of Food

The food category winner is, of course, Humus and Falafel:

Falafel and Humus (Jerusalem)

More at http://www.flickr.com/photos/48159593@N05/tags/food/

25 March 2010

Jerusalem

Com 38 shekels chego ah Porta de Damascus pela qual entro num mundo muito especial.
Os souks semelhantes a Fez em Marrocos, no quarteirao muculmano, dao lugar, em meia duzia de passos, a um quarteirao cristao pleno de Igrejas. Um pouco mais ah frente, tudo fica mais organizado, o quarteirao Judeu foi reconstruido nos anos 60. E se pouco atras ainda se dizia Shukran (obrigado em Arabic) aqui passeiam jovens com as suas longas trancas e negros chapeus. Ainda nao aprendi o obrigado em Hebrew e a verdade eh que sera inutil, a cada esquina uma religiao, um idioma diferente. Aqui digo thank you.

Do santo sepulcro, onde cristo foi deixado depois da cruz, sai a via dolorosa que Jesus Cristo fez ate ao calvario. Com vista para o monte das oliveiras. Entro e ha uma missa cantada. Eh aqui a igreja original. Eh aqui o altar original. Foi aqui que passou o homem. E entao todas as memorias catolicas me invadem e o corpo pede que faca os gestos do ritual. O Pai Nosso parece ser em latim cantado. O orgao toca no alto.
Ha uma sensacao de bem estar que me invade: esta eh a mecca do cristianismo. Aqui vive-se a felicidade de uma vida ao tocar na pedra da extrema uncao ou ao entrar no sepulcro. Mas para mim, com a emocao da felicidade crente, vem uma visao historica. Ele esteve aqui, nesta pedra. O homem Jesus! E no cruzamento entre as palavras e gestos rituais que aprendi e o homem que se ve no filme de pasolini encontrei um sorriso emocao. Ele eh o mais poderoso dos homens, um idolo. E eh nesse anti-cristianismo cheio de historia que encontro o Homem Jesus. Os fracos aqui, padres de diferentes cristandades, lutam a soco pelo poder dentro da igreja partilhada (2008).


Pelas 5 horas ouco os sinos da igreja a bater. Uma sensacao incrivelmente familiar mas remota, algo realmente "la de casa" aqui tao longe. Mas as 6 horas o melhor. Primeiro, o rotineiro chamamento para a oracao, alla chama 5 vezes por dia e uma delas ao por do sol, hoje, as 6 da tarde. As seis da tarde, os muitos sinos da igreja dao as 6 horas. E no minaret a menos de 100 metros bem alto tambem os canticos de alla. Alla com sinos, welcome to Jerusalem!

Amanha verei Judeus e Mulcumanos a rezar no muro das lamentacoes e o monte do templo.

The wall:
The Wall

The gun:
Safe Jewsalem

I love this picture:
Jerusalem Market

More at http://www.flickr.com/photos/48159593@N05/tags/jerusalem/

23 March 2010

Welcome to Palestine

Depois de 3 semanas no Egipto e na Jordania, vulgo, medio oriente, estava tudo pronto para o grande embate. O pais da discordia, ou apenas, o territorio da discordia. No Medio Oriente ouve-se o chamar das mesquitas, as bandeiras e passaportes tem o verde, vive-se no deserto e usa-se aquele lenco vermelho na cabeca. O lenco aos quadrados preto (a la Yasser Arafat) e' da Pasletina. A Palestina. Foi do mundo arabe que eu cheguei a' Palestina.
Mal se deixa a Jordania com o mar morto ali ao lado comecam os checkpoints e as verificacoes de seguranca. Antes de mais, uma bandeira branca com uma estrela azul. No meio do oriente, uma bandeira com a estrela de David. Verdadeiramente chocante aquelas bandeiras com a estrela azul. E, logo depois das bandeiras, as metrelhadoras. E' uma bandeira guardada a tiros. E' uma bandeira potente, como nenhuma outra. A bandeira plantada em teritorio inimigo. E nao e' um invasor! E' alguem que nao existe senao ali... talvez. E assim comeca o problema.

Na fronteira, esta a' entrada de Israel, de calcas de ganga e tshirt. Tem uma tshirt e uma metrelhadora. Nao, mas eh que o dedo esta no gatilho. Olha para mim, eu para ele: "Sit down".
Bem, nao vou exagerar, foi simples a entrada en Israel: um interrogatorio de 10 minutos sobre de onde venho, para onde vou, o que faco, se conheco alguem em Israel, simples.
A maioria dos membros da policia sao raparigas de menos de 25 anos. Algumas vestem roupa informal ocidental. Sao bonitas e muito serias. Estranhissimo.
E se no passaporte e nos policias vem Israel escrito e nas bandeiras a estrela azul de david impera, o primeiro civil com quem falo: welcome to palestine!

22 March 2010

Hammam em Amman

Amman e' uma seca dizem todos os viajantes. Passei dois dias a tentar encontrar o seu encanto. E' a capital da Jordânia, e' uma cidade rica e pacifica. E', nota-se, uma cidade de segundo mundo, mas com muitos traços de grande desenvolvimento, por exemplo, o quarteirão residencial mais rico.
Lembrei-me em Amman do tipo Egípcio de 30 anos que se ia casar em dois meses e me dizia: "My wife is just for me. I cover it." e sorriu. O "it" não deve ter sido só um erro de inglês. A coisificacao da mulher...
Foi também em Amman que alguém me perguntou: "Do you speak Portuguese?" e eu respondi "No, I speak Brasilian". Fiquei eu mais confuso do que quem ouviu.
Foi em Amman que comi num restaurante com sala de famílias (que inclui grupos so de mulheres ou famílias) e outra sala para machos (grupos de homens). Aqui comi o milionésimo shish tawook. No restaurante, o estilo fez-me viajar ate a' Índia, semelhantes os copos de metal, os pickles, o comer com as mãos, os muitos empregados. It's a middle level second-world restaurant.
No hostel estavam 10 japoneses e eu. Uma rapariga Japonesa, um filosofo Japonês que falava de Heidegger, e um pintor que me mostrou as suas obras de viagem! Oleo sobre tela em viagem! Um trompete colorido e muitos outros. Um artista japonês que procura o profissionalismo.
Foi em Amman que fui ao primeiro Hammam: o banho turco não dava para entrar de Tao quente, o body scrub foi feito por um Egipcio, a massagem por um Iraquiano, o jacuzzi queimava e so 15minutos depois e' que deu para entrar. E com tanto relaxamento só ouvia a voz do gerente no imperativo, do this, do that, now go there, now sit down, now stand up... e havia um sumo não sei de que' que purificava... ah, Hammam em Amman.
Depois do Hammam foi tempo da zona dos bares modernos onde comi pizza e ouvi estudantes falarem inglês. Havia também em Amman um Escocês de ferias na Jordânia que vive numa caravana na Holanda, há 30 anos. E há o Alemão, Wolfgang, casado com uma Peruana e com um filho de 16 anos. Tem 53 anos e diz que já foi a quase todos os países do mundo. Ah, ja' foi 20 vezes a Cuba...
Tambem houve mezze, cerveja e grandes-bretoes viajantes (como em todos os cantos do mundo):
amman

Karak (Jordan)

Depois de Petra, para norte, comecam neste Medio Oriente as ruinas romanas e os castelos das cruzadas. Vieram eles difundir a cristandade! E vieram eles matar Arabes… conquistar. Territorialidades. Como, dizem os Oesteiros (Westerners), fazem os Mulculmanos em tempos modernos. Mas pobres mulculmanos nunca poderiam encetar tamanha sangridade. Do cimo do monte de quartos completos em castelo ve-se a Arabia, os Mouros, o Outro. E eu bem la’ em baixo junto ao exercito de Alla.

Arab Bird

Dead Sea (Jordan)

No mar negro foi tempo de voar, nao, de fultuar. Os 400 metros abaixo da linha dos outros 7 mares aquecem a agua que vem da montanha e tras o sal quente. O rio que chega ao mar e’ fervente. E do quente podemos saltar para o sal um pouco mais frio. Mas ai comeca o voo. Ha algo de novo ali. Como se uma variavel desta realidade se alterasse so ali. Como se os pes ja nao pousassem no chao ou como se a cabeca fosse afinal nas pernas. Uma tontura agradavel, um livro e uma foto. A concentracao de sal e’ incrivel e podemos nadar com meio corpo fora de agua. De volta a’ agua quente e doce do ribeiro voltamos a sentir que outro mundo e’ possivel como so em Varanasi na India. Outras realidades existem aqui tao perto. Outras realidades ainda poderiam realmente existir, ou ser percepcoes em nos.
Como se nao bastasse o sal e a agua quente, alia o lado dizem e’ o West Bank. A Palestina dizem! Mas deixemos esse assunto para daqui a pouco. Aqui cheguei com dois Franceses, um Alemao e duas Dinamarquesas. Seis ou sete jovens rapazes que estavam na estrada (a 200 metros da borda de agua) desceram sempre atra’s de nos ate a’ agua. Ali se sentaram e fumaram cigarros e sorriam ate’. Perto. Ai as meninas comecam a preparar-se para entrar na agua e, de repente, esses 8 rapazes hipnotizados miravam, o West Bank desfocado! De Palestina em pano de fundo estes rapazes desfrutavam os bikinis dinamarqueses e nao havia um segundo de distraccao, olhar fixo, alunos atentos, felizes! Nos tambem olhamos as dinamarquesas, e’ certo, eram giras ate’, mas estes alunos da Jordania eram muito aplicados. Queriam aprender a licao do bikini! E assim foi, observados pelos alunos do bikini la lemos o jornal boiando.

Dead Sea

Moses Mount (Jordan)

Dois mil metros acima do mar morto havia um mosteiro e ate uma paisagem. E ao fundo, espacos biblicos: Belem e Jerusalem, Jerico, o local do baptismo de Jesus e muito mais. Mas ali onde eu estava, esteve um outro Moises. Ah Moises, vi eu com ele aquela gente dali mesmo. E ao fundo a terra prometida.

Mosaic (Jordan)

21 March 2010

ha ... um post

Nao ha bloco de notas, desapareceu. Nao ha computador com rascunhos do inicio do ano sobre Bergson e Deleuze. Nao ha preocupacoes de vida diaria. Nao ha um destino.
Nao ha o ser, desapareceu.


Havia um ponto de entrada, as ferias no Egipto, o descanso. Havia a viagem e o turismo em Petra, o arranque. Havia depois uma aventura em Jerusalem, a confirmacao. Mas havia depois um grande salto para a China e os States com iroes e istoes no meio. Havia um pesadelo de visas e dolares. Havia que ter presente o plano de chegada, o plano de consistencia que nunca era o final mas que se consolidaria em historia, em memoria. Havia o plano do livro ainda, a leitura revertida em escrita reorganizada.

Ha so este roteiro semi-turistico e muita gente que sabe onde vai e o que quer. Ha o dinheiro que tenho de ter para food, water and shelter. Ha o Mat, 25 anos, que vive num camiao reconstruido por ele para ser uma casa com porta e janelas e o Scotch que vive ha 30 anos numa caravana algures na holanda. Ha caravanas portanto. Ha caravanas de camelos que chegam a Petra. Ha anfiteatros romanos gigantes aqui em Amman na Jordania. Ha conversas em frances. Ha, portanto, encenacao. E ha, depois, projectos, de viagem, de vida, de amor, de riso, de abracos, de trabalho, de escrita.
Caravanas encenadas por projectos.

Havera sempre seres humanos, no dia a dia, que fultuam entre mulheres e dinheiro aqui e havera sempre esta experiencia, esta memoria curto prazo do "que vient de se passer". Mas como eh que eh na memoria que apareco eu perante mim? Foucault: Como eh que, sendo que eh so nisto que _vejo (e chamo vidamundo)_ que me vejo, eu me consigo ver e ser sujeito? Bergson: Como eh que, sendo que eh so nisto em que _pareco agir_ que me vejo, eu me consigo ver e ser sujeito? E por tras do sujeito sempre um projecto de sobrevivencia.

E pela frente (o passado) do sujeito, - nao ha/havia/ha/havera sempre - o tempo (verbal).

Petra (Jordan)

A Petra nao ia eu, ahahah. A natureza rocha monte e’ impressionante. E nao sao os monumentos que ha por todo o lado que mexem comigo, e’ a natureza. O vale, a rocha quebrada na vertical. Os tuneis, o sol e o vento.
Bedouin

Ha ate’ um canyon so para mim e um salto de 2 metros que penso nao conseguir fazer. E um passo por debaixo de uma rocha prestes a cair, uma tonelada de medo e risco. Mas o caminho segue como numa pista de bobsleigh desenhada na rocha de paredes com 100metros. Caminha-se por um tunel ou por um canyon ou por um ribeiro e ja seria suficiente, quando, no virar da esquina uma igreja cravada na rocha, e depois, mais adiante, outra e outra e depois um templo romano e sem sentir ouvem-se os cavalos a relinchar na rocha e camelos (e) beduinos. Por todo lado a fusao perfeita entre paisagem monumento. Uma clara maravilha de caravanas de comercio. No fim do topo a tenda vende cha beduino e ali mesmo tocam oud e cantam e a paisagem ouve-se, vento na rocha. Altitude sonora.

Tea Treasure (Petra)

Na descida vem o Michel, a Veronica e o Joao. Dois irmaos canadianos, ela ensina ingles na Tailandia, ele tem um cargo de gestao em Israel, 25 anos. O Joao Pereira vem do Brasil e e’ diplomata, especialista em protocolo. Prepara em viagem a viagem do presidente Lula a’ Jordania. E’ muito simpatico e fala o melhor ingles que ja vi falar para alguem que nunca viveu fora do Brasil. Ha noite houve Indiana Jones no hostel. Foi aqui que Indiana encontrou o Santo Graal.

Petra

Lost

Na america do sul roubaram-me as sandalias e depois algum dinheiro. aqui comeco ao contrario.

Primeiro deixei o gorro no autocarro, no dia seguinte deixei o moleskine em petra algures num miradouro. com o meu BI, copia do passaporte e duas gordas notas de 50eur...

17 March 2010

Wadi Rum (Jordan)

Wadi Rum

No Wadi Rum a distancia aumenta e a rocha cresce rebentada da areia. Ha mais areia do que rocha? No Wadi Rum, um deserto com grandes montanhas rochosas em volta, vivem os beduinos. Os beduinos sao os nomadas do deserto, usam camelos para se deslocarem, tendas feitas de uma especie de tapetes para dormirem, pao enfarinhado e achatado e redondo para comerem, cha de camomila e menta para beberem, tunicas brancas para vestir, lencos vermelhos e brancos aos quadrados na cabeca e o islao para filosofar. Sim, o islao e’ a religiao mais filosofica… um muculmano esta sempre pronto para filosofar. A cristandade e’ de uma moralidade mais simples, o muculmano esta pronto para discutir o que e’ ser um bom ou mau muculmano, o que se deve fazer para respeitar Alla. Maome ouviu de Alla o Quran no deserto e e’ no deserto que se fala de Alla. E’ na sobrevivencia dura e quente que o homem, aqui, encontra Deus e suas regras.

Deep Wadi Rum

O taxi pa’ra e estamos no deserto, a tarde e’ quente. Passamos o edificio da entrada no Wadi Rum e, logo ali ao lado, os sete pilares da sabedoria de Lawrence. Nao sao bem sete e nem sequer e’ o mais interessante isto que nos trouxe aqui. Os sete pilares sao o fim de uma cadeia gigantesca de montanhas rochosas ao lado esquerdo. Do outro lado outra cadeia rochosa. Unidas pela areia formam um corredor gigante, 1km de areia plana entre duas paredes de 1000m de altura. Em frente, bem la’ ao fundo uma rocha ou montanha que forma um trapezio quase perfeito. Pequeno. Ao fundo. Foram 7kms ate’ a’ vila Rum entre as paredes. A tenda na vila espetada na areia era da cor da areia e ao despertar, a cabeca, fora da tenda, via as paredes erguidas areia acima. E o sol a rebentar. Ao lado, uma tenda beduina com almofadas sentadas no chao para o cha’ do pequeno almoco.
A Estrada de asfalto acaba ali e deixa ficar so a areia, a rocha, e o sol, as botas e os passos. Ao fundo ainda a rocha, o mesmo trapezio pequeno ainda apesar dos 7kms. No deserto o olhar ao fundo e ao alto esbarra na distancia e perde-se. A rocha esta ja ali bem perto. Duas horas depois, bem perto. 4 horas de borracha na areia, lenco na cabeca e camelos, a rocha? Ali bem perto. E ainda, mais 20 minutos. A distancia e’ curta no olhar e longa no caminhar. A paisagem grandiosa permite a pequenez! Nos dominamos o nosso mundo e centramo-nos sempre no dobrar do joelho passante ou no esfregar da mao na areia e no fundo, bem la, nao ha… accao. Um objecto a 10kms ou 20kms tem a mesma importancia para nos. Mas aqui, tao longe e sem calculo de visao possivel, erramos sempre e sentimos a dimensao, as dimensoes, a pequenez, a proximidade, a nao accao, ate a’ inexistencia da rocha la ao fundo, oasis de miragem. Subi a duna e rebolei duna a baixo. O trapezio quase perto. As rochas do trapezio la estavam debaixo de mim, 20kms talvez desde a entrada a pe. E estavam, diziam, derretidas como Gaudi as teria feito. Derretidas pelo sol, moldadas pelos ventos. Arabicas talvez tambem as gravuras antigas na rocha e o canyon que por ali se rasgara. E agua ate’.
Les fruz, Jon et Ben sont du pays basque. Benoit dix tout le temp: “mais c’est beaux, ah?”. On parle le Francais au Wadi Rum.
Os beduinos usavam camelos. Agora usam jeeps. Mas continuam a usar as facas curvadas, punhal com cristais. E o lenco vermelho e branco e tunica. Agora usam colgate. “Voces lavam muitas vezes os dentes, nos nunca lavamos.” E muito sorridente termina “E’ que hoje lavei os meus e sinto o vento forte nos dentes!” Esconde depois a faca curvada debaixo do banco do jeep e falada boleia beduina que tambem deu a uma rapariga Alema que teve muito medo. O sorriso permanente deixou-nos de volta na vila.
A vila, na vila havia um Ali, depois outro. Um restaurante para quem faz escalada e para quem quer falar. Mecca na parede em foto e muito cha’ e nargilha. Ali tem 35 anos, e’ calmo e ja viveu no Japao. Fez de guia em Petra e depois em Wadi Rum. Ali cansou e cansado abriu um restaurante ali. Ele fala de conflito interior e projeccao desse conflito no exterior. Fala de coisas boas e mas em cada um de nos. Fala de despertar nos outros as coisas boas ou mas. Mas Ali fala principalmente de tempo. Ele fala do tempo que se da e troca. Dar tempo aos outros. Receber tempo dos outros. E fala depois de Alla e suas regras. Do tempo que se troca e das regras de Alla nessa troca. Ali fala e eu nao digo palavra. Aprendo. Viajo ali com Ali. E la fora o negro deserto e a tenda de estrelas fortes.
Ali fala tambem de mulheres. Ele nao e’ casado. Enquanto uma mulculmana de 25 anos que nao esteja casada e’ algo bizarro. Um homem pode esperar pela mulher certa ate’ bem tarde. Ali espera. E na espera fala da amiga no Egipto e troca mensagens com ela. Com a nossa ajuda a resposta vai em frances, ela e’ francesa. Foi ela que arranjou tudo aqui no restaurant, diz ele, e a parede com Wadi Rum pintado foi feita por um Catalao. “Mon amour, est-ce que tu veux m’epouse?”. Ela telefona e Ali sai a correr do restaurante euforico a falar com ela. Volta passados 20 minutos, diz que vai voltar para casa e sai. Na manha seguinte partimos areia fora.

Wadi Rum

More at http://www.flickr.com/photos/48159593@N05/tags/jordan/

You know what? I love this. This is travelling.

Vou ter de comprar qualquer coisa que me permita escrever em viagem e nao em cybercafes: laptop ou iphone. De outra forma tudo se perdera. No cyber cafe nunca ha paciencia ou tempo para escrever\ descever tanta aventura. Neste blog ainda nao escrevi nada da aventura.

Um resumo muito rapido:
- o Kamel e o Hirschan (sao estudantes de direito e Contabilidade no Cairo) que me levaram das piramides ate ao centro da cidade em metro e microbuses locais. O mais giro foi o Kamel que depois de longa conversa, ao caminhar pelas ruas do Cairo me deu o braco e mais ah frente me deu a mao. Algo estranhissimo para nos. Algo muito comum para eles. As mulheres nao sao acessiveis para estes jovens de 20 anos, nunca estiveram, a vida vive-se com homens. Eu nao aguentei nem 2 segundos de mao dada :-)
- o Makmud que me mostrou o sindbad camp em Dahab, relaxado, tinha vindo passar o fim de semana de Cairo a Dahab sozinho
- o FreeLancer ingles que faz software e que se "reformou" aos 35 anos...
- o jogo de bola com o staff do sindbad
- os corais em Dahab! Snorkelling com vista para um parede de 10 metros, peixe por todo o lado
- o Mohamed e o Mustafa na paragem de autocarro que mostra o filho de 2 anos
- o grupo de 50 egipcios no acampamento em StKatherine faziam caminhadas de noite para subir a montanhas sagradas. O comportamento identico a um grupo de jovens adultos portugues religioso, resavam juntos, cantavam juntos, riam juntos, activavam juntos
- o mosteiro de StKatherine na base do monte sinai (o monte onde Moises recebeu os mandamentos de deus) ainda tem monges ortodoxos gregos e uma decoracao ortodoxa incrivelmente rica, ah volta, algumas arvores e so montanhas e deserto, ah saida as escadas da penitencia milhares de degraus que levam ao topo do monte sinai
- a paisagem, deserto com montanha em pedra: o Sinai de pedras coloridas
- arcordar todos os dias com a "call for prayers" alla uakbar, deus eh grande gritam os megafones 5 vezes por dia
- em al-milga pequena vila antes de stkatherina, a "missa com sermao" de sexta feira de final da manha eh a mais importante, inch'alla. As familias inteiras saem da mesquita que logo em frente tem uma padaria. Cada home  levam na mao sem mais nada uns 10 a 20 paes e alguns uma saca com vegetais comprados na mercearia ao lado. O pao eh beduino e bom. eu levo tres!
- os 3 voluntarios por dois anos na namibia que no final fazem a viagem por terra, namibia-irlanda
- os resorts Hilton em Dahab onde se dirigem a mim em Russo, o Egipto eh uma instancia balnear russa, a praia eh optima com agua clara e vista para a montanha, a praia eh privada mas eu consigo meter-me para la
- chegada a Nweiba mais a norte, o autocarro chega as 20h e deixa-me numa esquina escura so com algumas pessoas, nenhum carro. O ambiente e deserto em volta, eu sei que estou a 7km da vila e que preciso de um taxi. Penso em caminhar mas passa um carro. Boleia? Nao, taxi, 3eur. Um carro incrivel dos anos 50 com um painel incrivel (eu nao ligo nada a carros mas este era soberbo). Um velhote e uma velhota com o que seria provavelmente a neta, um bebe de colo. Tarabin! Tarabin? Depois de andar na escuridao la me deixou num rua escura. Sai e eles partiram. Era escuro, o deserto, ouvia o mar! Um burro na noite! Um placard Sababa! Sababa camp com cabanas a 4eur. Optimo.
- 5 minutos depois, pao com queijo, uma decoracao fantastica a 10m do mar. Uma noite calma e quente.
- 10 minutos depois, "come and meet my friends", matt, anna, faed, assan, etc, etc... 6 horas depois, todos a cantar, a Anna toca guitarra, o Matt tambor, o Faed canta musica arabe e toca semsemia, harpa esgipcia. Um sem numero de detalhes a contar.
- estava tambem la o Prassana, indiano emigrante nos states com quem conversei longas horas
- a analise da vida religiosa da minha avo e comparcao com o islao, muito poucas diferencas., a vida de uma familia hindu na india, - being an hippie, - life and behond, the purpose, etc, etc, etc
- barco de Nweiba para Aqaba, Jordania. George, 60 anos, viaja de bicicleta de Sarhm el-sheik para Manchester "my children are older than you", so fez 70kms nesse dia porque estava vento, vou ter de viajar de bicicleta em breve!
- o Navid de Manchester, Farmaceutico de ferias, origem paquistanesa
- taxi, hotel e jantar num kebab optimo em aqaba jordania, dois marroquinos e dois franceses, on parle francais

Ah, ja estou na Jordania, la suisse arabique (que voyage avec des surfeurs basques).
Ah, o titulo do blog foi o que eu disse depois de uma viagem de barco de uma hora que demorou 12 horas, no final todos se queixavam, eu passei a viagem a falar com o Prassana e o George ciclista, estava euforico! This is travelling!
Um plano: pascoa em Jerusalem!!!

Foucault and the Sinai

Tea and Sea

Nuweiba

Nuweiba Hut (Sababa)


Sooner or later...

10 March 2010

terra humida

De um email de ha 2 anos:
"A morte do avô foi triste... se eu durar tanto como ele, 86 anos, vou estar por cá até 2066. Tenho 58 anos para viver, será que chega? Tanta urgencia de viver, de vida!
Ando a pegar na vida (como se fosse um bocado de terra humida) e a esfregá-la na cara."
Era tao mais simples fazer castelos e nao ter sempre de sentir a cara a precisar de ser limpa. Atira-me agua para os olhos!

Egyptology







Libanese Extra:

09 March 2010

Sexto sentido: umas maos para dentro

Sao seis da tarde e estava a ler. Nao. Eram seis da tarde e estou a ler.
Depois parei, ouvi um grupo que conversava na harisha ali ao lado. Olhei para a porta do quarto. Pensava em algo relacionado com o trabalho. Talvez que oportunidades ia tentar encontrar. Que coisas iria querer fazer no meu novo emprego. E de repente, um respirar fundo e um: "já estou bom!".

E olhando ah volta... uma irrealidade.

Não corria vento. As folhas das palmeiras absolutamente inertes. Havia uma espécie de pórtico do campo onde estou, uma cabana de palha com hammocks, uma palmeira, no chão de terra, 5 metros adiante, estava o mar mas não havia nem vento nem ondas, só nevoeiro. Eh noite e estão 25 graus. Estou de tshirt. A luz amarelada que vinha do pórtico declarava-se aos meus pés, as sombras dos objectos eram estranhamente nítidas. O cheiro a mar também não estava. Havia um passeio entre mim e o mar onde passavam algumas pessoas mas o som dos passos parecia não se espalhar. Havia uma irrealidade que não entendi. A luz, o nevoeiro, a noite quente, o mar perto mas silencioso, o som dos passos que se espalhava pelo mar que eu não via no escuro. Era como num estúdio de cinema. Onde isto tudo estava a acontecer? Ali tinham acabado de filmar uma cena do Coppola (one from the heart)! Era Árabe que se falava ali na cabana.

Um sorriso. A paz espreitou. Disse, já estou bom!

O rasto que eu trazia já la não estava, não havia passado! E o futuro, fácil, outra vez ali tão meu.
Ali voltei a ter a vida toda e as suas esquinas para... derivar éticas.

Mas para aqui chegar, ontem, houve um exercício. Como desligar os sentidos?

Primeiro tive de usar os dedos, um, dois, três ... cinco!
O paladar e o olfacto são os mais simples. Digamos que estão desligados por defeito.

Coloquei uns tampões já não havia ouvidos.

Comecei aos poucos a ver as varias dimensões daquilo que sobrava. Estava na cama com um mosquiteiro por cima num quarto de meia dúzia de metros quadrados e com paredes amareladas. E já nem o mar ali em frente se ouvia.

A visão e o tacto são os mais difíceis. São aqueles que mais profundamente constituem as nossas noções de estar aqui e agora e de ser.

Para desligar a visão, desliguei primeiro as cores. Tirei as cores dos objectos. Transformei os objectos em formas bem escuras, negras que nao se viam. So depois fechei os olhos e nao houve diferença, era so aquele preto que foi fácil ignorar.

O tacto eh bem mais omnipresente. Como destruir este sentir que estou num lugar, num espaco?
Antes disso, ja de tampoes nos ouvidos e olhos fechados, respirei fundo. E nisto entendi que o tacto mais facil de desligar eh o interno. Eh mais facil deixar de sentir o corpo por dentro do que por fora.
Para deixar de sentir o sentido que me dava o tacto tinha agora de deixar de sentir o exterior. O primeiro obstaculo foi deixar de sentir os objectos em si, como um todo. Deixar de ter a mao no lencol, passar a sentir apenas aquela informação que vinha do dedo médio, aquela rugosidade. Depois era preciso deixar de sentir que aquela rugosidade vinha do meu braco ou dedo, ou sequer de um braco (objecto táctil). Era preciso isolar aquela rugosidade. Como fechar estes olhos que me trazem esta rugosidade simples? O tacto eh um sentido diferencial, se nao me mover nao sinto. E assim foi.

5 sentidos eliminados. Mas ainda aqui estou? So pode haver um sexto. Claro! Tenho de desligar este sexto sentido para deixar de estar aqui. E assim foi. A consciencia era claramente o meu sexto sentido que me deixava sentir, nao a luz, nao o som, nao a rugosidade, mas simplesmente o meu cerebro, ou o que la se passava. Eh que la havia ainda a memoria a correr. Com os 5 sentidos desligados faltava-me um, a consciência, que deixa ver a memoria enquanto esta se baralha. A consciencia eh o tacto do cerebro. Sao umas mãos para dentro!

A conclusão foi simples, tudo desligado veio o sono. Nesse lugar onde nao ha sexto sentido que deixe ver para dentro mas onde há memoria, e seus baralhamentos. E no dia seguinte, os restos desse baralho de memoria, pronto para "partir".

Bastou desligar-me assim para me por bom.

Dahab Fresh Fish Breakfast

Ao acordar:
1. nao esquecer trazer a mascara
2. andar 10 metros ate ah agua (desde a porta do quarto)
3. nao esquecer por a mascara
4. nadar 5 metros
5. abrir os olhos
et voila:

08 March 2010

Foucault et le souci de soi

Le sujet est donc une concrétion politique et historique, et pas typiquement une substance libre comme le voudrait la tradition et le sens commun.

"Le problème à la fois politique, éthique, social et philosophique qui se pose à nous aujourd'hui n'est pas d'essayer de libérer l'individu de l'État et de ses institutions, mais de nous libérer, nous, de l'État et du type d'individualisation qui s'y rattache. Il nous faut promouvoir de nouvelles formes de subjectivité."

O "estado" (e/ou muitos outros mecanismos de governo) vive na nossa forma de sermos nos mesmos. Esta eh a bomba de final de carreira de Foucault.
Ou (nao tao precisamente), nos somos o estado. Nao nos bastara livrarmo-nos do estado.
Um anarquista para ser anarquista tem de se livrar de si. Das suas formas de subjectivacao replectas da sociedade que ele nega. A sociedade vive em nos.

Esta eh uma pequena continuacao dos resumos que fiz do "Territory, Security Populatrion" e do "Hermeneutics of the Subject", Foucault. A postar em breve espero.

Next:
http://www.amazon.fr/gouvernement-soi-autres-Coll%C3%A8ge-1982-1983/dp/2020658690
http://www.amazon.fr/gouvernement-soi-autres-courage-1983-1984/dp/2020658704

07 March 2010

Best of Cairo

Apontamentos
Notes

As p... do Egipto
Sphinx

Cairo suburbs
IMG_0271_1

My new Point-and-Shoot camera
IMG_0292

Cairo en panne
IMG_0270

Cairo Style
Style

Cairo Business
Business

Cairo, as torres vergam-se perante ela (Escher)
Escher

Cairo, entulho a segurar as parabolicas
IMG_0232

06 March 2010

O mini messias

Depois do Evangelho de Mateus do Pasolini, em que me revi em Cristo, que me sinto um mini-messias. Um pastor parttime de almas inquietas: que grande mercado este, hein?

Neste contexto, algo que tenho repetido a muitos que me rodeiam:
Tu estas desalinhado mas nao estas sozinho.
Ninguem, numa populacao esta sozinho. Numa populacao, como entidade estatistica, nenhum "range" de valores esta vazio.

E sempre foi assim. Um dos primeirissimos albuns de musica pop que idolatrei em 93, ainda antes de Nirvana, ja tinha isso. E nao sera certamente algo do nosso tempo. Eh a multidao que canta "Estou desalinhado" e estao tambem desalinhados entre eles, mas sempre em grupo.



E por falar em messias, um apontamento perdido na traducao. Ao analisar o guia de Israel havia la uma entrada muito falada que eu nao entendia... so ontem se fez luz em Bethlehem!!! :-)
E depois vai haver o Monte Sinai... bibliquices q.b. portanto.

Dahab e a descompressao

Acordar numa cabana com vista para o mar, beber cafe e cha com uns egipcios simpaticos em volta. Sol, o mar vermelho em frente e restaurantes. Eu e o mar. A Arabia Saudita do outro lado montanhoso.
Tres dias trezentas paginas. Um livro arrumado.
Mais uns dias e estarei pronto para arrancar os motores... por agora, a descompressao eh violenta, a cada hora que passa uma preocupacao/tensao desaparece. Como num viagem ao centro da terra. De volta ao meu territorio.

Dahab

E... viva portugal!

04 March 2010

Jogo de Azimutes

Tenho mais de 10 paginas de bloco de notas para passar para o blog... pouco resumiveis.

 Ja passou o cairo de piramides e museu e souks entre Marrakesh e New Delhi.
Nao estou no egipto faraonico, estou no egipto muculmano.
Nao estou no egipto africano, estou no egipto arabe.
A jordania ja espreita aqui ao lado com vista para a arabia saudita: Dahab.

Para ja, deixar alfinetes neste mar, tracar o meu mapa. So no mais riscado mapa aparece o plano de consistencia, e dai traco, a nova linha de fuga. Jogo de azimutes: http://citocromo.blogspot.com/2010/03/o-casaco-de-l.html