18 June 2010

viajar vibrar mimar fingir existir

Em viagem passamos no inicio de momentos de vibração lenta para momentos extremos de sensibilidade. Mas isto só com os meses se vê. Em viagem, a aceleração e' lenta mas a velocidade no final e' limite. Com os quilómetros o corpo fica mole e vibra a tudo. Aceitar o mundo e' estar em sintonia com ele. A tudo reajo com forca de sincronia. Ao riso, rio mais forte e sinto o Riso forte e ultimo, ao choro que vejo, trago lágrimas mais acidas, que dobram o corpo. E e' tudo Tao intenso que chega ao ponto de doer. E depois há ainda muitos outros pontos. Mas o ponto ultimo, e' o ponto teatro (Nietzsche). E' quando me vejo a mimar o mundo, com quem estou em sintonia, que me apercebo de que estou aqui.

Viajar e' também esquecer-me de mim, descentrar. Só no final da intensidade surge o eu outra vez porque se vê nada, como uma emergência. A consciência nasce no momento em que podia o corpo seguir em sintonia com o mundo, mimando-o para sempre (Bergson). Mas no momento da intensidade máxima, no limite. E' no exagero que a consciência volta e me diz que eu sou, individuo, e que devo continuar a existir. E' o corpo que impede o desfazer-me em mundo, agua de balde que não se deixa espalhar no solo.

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