18 June 2010

Tempo Memento

O tempo e' o assunto mais dificil da filosofia. Filosofar e' simplesmente atirar o entendimento que temos das coisas para o lado e dar um passo em frente, seja em que direccao for. E filosofar o tempo e' quase impossivel! Um dos atalhos para filosofar o tempo e' comecar pela memoria. Mas para filosofar a memoria e' preciso filosofar tudo. Filosofar a memoria arrasta a filosofia toda. Mas nao deixa de ser mais facil do que o tempo.

Depois de ler Bergson e Deleuze (e deixando Heidegger na lista dos "a ler" ha ja anos), o tempo nao muda muito de forma. Como se aquelas palavras nao fossem compreensiveis: evento, duracao, presente passado, series e sinteses do tempo, memoria pura. Dificil, muito dificil.

MAS, bastou meio filme para que tudo encaixasse, nao de forma clara, mas de forma definitiva. Memento e' um filme americano, e portanto, de accao. Mas e' de tal forma interessante que ate consigo ignorar o desnecessario. Memento deixa uma impressao forte e simples: uma linha de fuga no pensar o tempo.
Memento e' um filme sobre memoria. E leva-nos tambem para problemas de identidade, individualidade e etica. Mas o que tem de mais brutal e' aquilo que faz a' nossa concepcao do tempo.
Depois de ver memento ja nao ha relogios ou calendarios que nos valham e podemos ai, bem antes da aparicao do problema etico que a cena final nos atira, pensar o tempo de novo. Pensar o tempo antes da etica!
E' um filme que me vai fazer pensar durante meses...

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