01 September 2010

Viajar na América – Às armas, às armas!

Apesar dos Incas, Maias e Garifunas, a America Latina nao inspira como outras regioes exoticas do mundo. No entanto, a América Latina e', juntamente com o Sudeste Asiático, a mais bonita e divertida região do mundo e portanto, a melhor para férias: entre Bali e Belize venha o Deus e escolha! E sempre a oposição entre o bonito e divertido das ferias e a capacidade de inspirar, surpreender, ensinar e de nos mudar da viagem.


Voltar a’ América
Na viagem pela Sudamerica descobri os sangrentos descobrimentos e a sangrenta dominação. Ao recomeçar aqui a Centro América, tenho de pisar uma vez mais essa tecla e repetir esta melodia fúnebre: Somos filhos de assassinos!

A história da América
A história desta América e' demasiado triste! Primeiro os Espanhóis que chegam e matam. Depois os Americanos que ora controlam ora destabilizam as políticas para que as bananas cheguem baratas aos Estados Unidos. Uma terra de mortos, de pobres, de fracos que não podem fazer mais que sorrir. Sim, porque se nos somos filhos dos bravos assassinos, eles são filhos dos que souberam fugir, servir, obedecer e sorrir! Ah, os bravos Maias... jazem!
E não e' preciso ler as influenciadas Venas Abiertas, basta ler o guia turístico que, de uma forma mais simpática, não nega esta história lamentável. E a base dessa historia: as conquistas, os descobrimentos, tão orgulhosamente ensinados nas escolas Portuguesas. Era quem pintasse o monumento dos descobrimentos de vermelho sangue (a cor dos monumentos Maias) como uma mensagem para os Portugueses orgulhosos ou saudosos do seu passado de poder: "se queres mesmo os bons velhos tempos no teu país, amigo, compra armas!". Não ouves a canção que cantas com o Ronaldo?

A moral
Ao gritar "somos filhos de assassinos" queria também apontar numa direcção que me interessa bastante que e' a dinâmica das éticas. Interessa-me ver nesta história, contada a cores diferentes, um conjunto de alterações, um percurso, das morais associadas aos grupos. Apesar de agora condenarmos a matança e só se ouvir falar em Direitos Humanos, em tempos, havia quem levasse catana e corta-se mato e pescoço com o mesmo credo, e no final: estátua! Os direitos humanos e a estátua dos matadores de indígenas frente a frente. Ou o defensor dos fracos (coloque aqui qualquer imagem de filantropia) que grita antes do futebol "Às armas, às armas!". Enfim, um mar de naufrágios entre dinamismos morais e morais inconsistentes.

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