Em viagem passamos no inicio de momentos de vibração lenta para momentos extremos de sensibilidade. Mas isto só com os meses se vê. Em viagem, a aceleração e' lenta mas a velocidade no final e' limite. Com os quilómetros o corpo fica mole e vibra a tudo. Aceitar o mundo e' estar em sintonia com ele. A tudo reajo com forca de sincronia. Ao riso, rio mais forte e sinto o Riso forte e ultimo, ao choro que vejo, trago lágrimas mais acidas, que dobram o corpo. E e' tudo Tao intenso que chega ao ponto de doer. E depois há ainda muitos outros pontos. Mas o ponto ultimo, e' o ponto teatro (Nietzsche). E' quando me vejo a mimar o mundo, com quem estou em sintonia, que me apercebo de que estou aqui.
Viajar e' também esquecer-me de mim, descentrar. Só no final da intensidade surge o eu outra vez porque se vê nada, como uma emergência. A consciência nasce no momento em que podia o corpo seguir em sintonia com o mundo, mimando-o para sempre (Bergson). Mas no momento da intensidade máxima, no limite. E' no exagero que a consciência volta e me diz que eu sou, individuo, e que devo continuar a existir. E' o corpo que impede o desfazer-me em mundo, agua de balde que não se deixa espalhar no solo.
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